Sites Grátis no Comunidades.net

Centro Cultural e Templo dos Orisá Egbe Ifá Ire


Rating: 2.9/5 (1299 votos)




ONLINE
1





Olá!

Comunidade da religião dos orixás ou não  a (ACAD) É UM NUCLEO REGIONAL é um local onde desenvolve a proteção básica, centro de referencia  social na oferta de serviço continuados  de proteção cultural, religiosa e porteção social básica. Onde esta localizada na,

RUA: DESEMBARGADOR GASTÃO MACEDO 118 PRAÇA SECA -RJ

TEL: (21) 24257432

Email: paulodesu@yahoo.com.br / pauloganga2014@gmail.com

Acad é uma organização não governamental, uma porta  de entrada dos usuários à rede de proteção cultural, religiosa e proteção social básica.

Total de visitas: 276074
Irokó

Irokó


 

 

Senhor do dia, da tarde e da noite. Este Orixá está sempre em movimento, se assemelhando à

Exú neste aspecto, pois ambos são dinâmicos.

Irôko está ligado às árvores e aos quatro elementos da natureza (ar, terra, água e fogo). Por

isso representa as estações do ano.

PERSONALIDADE: Temperamentais, dominadores, intransigentes, fartos, generosos, sábios,

emocionais e dedicados.

PAÓ: Comum acompanhado de sopro.

COR: Cinza, branco e azul.

FILIAÇÃO: Oxalá.

METAL: Chumbo, alumínio e ferro.

Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Oduduwa) aos homens.

Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.

Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de

Oduduwa, a Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da vida.

É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital,

que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz,

desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo",

embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a

primeira árvore nascida, foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o

mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas q passavam.

Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia,

as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Iroko

e pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber

dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram

muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta

criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que

prometera a criança, pois ela amava muito o filhinho.

Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou.

Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o

outro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou o

babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições

de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse a

criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko,

repousando deitado em seus galhos.

Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da floresta.

Numero: 11

Símbolo: grelha (representando as direções do tempo)

Cor: verde/marrom

Dia da semana: Quinta-Feira

Comida: inhame, carneiro

Ele reside na gameleira branca. É assentado no seu pé, após preparo ritual da raiz, e o tronco é

enfeitado com ojá branco. A relação com essa árvore é comum a várias divindades e exprime sua

relação com os antepassados. Como Exú, Yroko carrega para longe os fluido aléficos. Quando

manifesta-se os fiés jogam sobre ele os fluídos que querem se livrar e ele corre para fora para atirar no

mato todo os malefícios. As vezes bebe tanto que cai no chão. Cobre-se então com um alá branco e,

pouco depois, já recuperado ele ergue-se e torna a dançar. Dança de joelhos no chão e o bravun, ritmo

jeje, como Oxumarè. Veste cores fortes, vermelho, azul e verde, as vezes cinza ou marrom e branco e

leva uma lança na mão. Suas contas são verde musgo riscadas e riscadas de marrom. As vezes vestese

de palha como Omolú. Sua incorporação é pouco vista, seus filhos giram tontos, cambaleando pelo

barracão antes de cairem fulminados, logo levantam-se e pôem-se a dançar.

Seu assentamento é feito numa gamela oval, pega-se um pedaço de tronco da gameleira branca e faz -

se uma pequena estátua de um negro africano com um idé branco no nariz, na cabeça um colar de

búzios e moedas.Na gamela poe-se uma corrente em volta, seis moedas e no meio da gamela uma

seta e a estátua.

QUALIDADES

GIROKOSI

LOKOSSI

SUAS FÔLHAS

Milame, colônia, saião, mãe boa, barba de velho, erva prata, crita de galo, nóz moscada, abilzeiro,

jaqueira, cajueiro.

Quando se faz o Orixá, poe-se uma folha de saco-saco embaixo do pé do Iyawó uma fôlha de sacosaco

na boca uma folha de assa-peixe.

SEUS BICHOS

Um cabrito de chifre virado

Quatro frangos de esporão grande

Um galo d'angola

Um pombo branco

Após copar os bichos, tira-se a lingua de todos eles e as esporas do galo.

ESSABAS:

Gameleira branca

Folha de akoko

Folha da costa

Folha da fortuna

Folha de colônia

ÌRÓKÒ

SAIÃO; IRIRI; CAJUEIRO; ABILZEIRO; NOZ MOSCADA; CRISTA DE

GALO; BARBA DE VELHO; COLONIA; GAMELEIRA BRANCA; JAQUEIRA;

MÃE BOA; MILAME;

LENDA DE IROKÔ;

Irôko vivia junto a seu pai Oxalá, era um ser afoito e reclamava demais.

Um dia Irôko reclamou a Oxalá que se considerava muito agitado, e gostava de resolver várias

coisas ao mesmo tempo, achava que um dia era muito curto e não conseguia resolver tudo à tempo.

Só que os períodos de tempo quem estipulava era ele mesmo, ninguém o determinava, era algo de seu

próprio desejo.

Oxalá não agüentando mais a pressão de Irôko, resolveu lhe dar o dia, a noite e a tarde, as

estações do ano e as horas. Então, ele passou a controlar todo o tempo.

Tempo/Irôko e Ifá/Orumilá

Tempo /Irôko

Tempo ou Loko é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria, tão

importante que ele é um orixá (e os africanos a muito sabem disso).

Tem um dito que diz "O tempo dá, o tempo tira, o tempo passa e a folha vira", muitas vezes

precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto ou

longo, com o bom uso do tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar.

Irôko tem um temperamento estável, de caráter firme e em alguns casos violento.

Na Nigéria, Irôko é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no Brasil esta árvore

foi substituída pela gameleira-branca que apresenta as mesmas características da árvore usada na

África. É nesta árvore, a gameleira-branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suas

raízes são fortes, firmes e profundas.

Irôko foi associado ao vodun daomeano Loko dos negros de dinastia Jeje e ainda ao inkice

Tempo, dos negros bantos.

Irôko, na verdade, é o orixá dos bosques nigerianos, onde lá na Nigéria é muito temido, porque

como conta um itan, ninguém se atrevia a entrar num bosque sem antes reverenciá-lo. No Brasil, é

nos pés da gameleira-branca que fica seu assentamento e também é ali que são oferecidas suas

oferendas.

Sua cor é o branco e ainda usa palha da costa em sua vestimenta. Sua comida é o ajabó, o

caruru, feijão fradinho, o deburu, o acaçá, o ebô e outras.

Em geral na frente das grandes casas de Candomblé, principalmente em Salvador, existe uma

grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande Alá (pano branco), este é

Iroko, que é tido com árvore guardiã da casa de Candomblé pois ter esta árvore plantada no terreno da

casa de Candomblé representa força e poder..

Este orixá é conhecido na angola como Maianga ou Maiongá.

Orumilá /Ifá

A importância de Orumilá é tão grande que chegamos a concluir que se um homem fizer algum

tipo de pedido ao todo poderoso Olorum (Deus, o Senhor dos Céus), esse pedido só poderá chegar até

Ele através de Orumilá e/ou Exú, que são somente eles dois dentre todos os Orixá os que têm a

permissão, o poder e o livre acesso concedido pôr Olorum de estar junto a Ele, quando assim for

necessário.

Ainda vale ressaltar que somente Orumilá e Exú possuem para si um culto individual, onde são

feitos adorações totalmente específicas para os mesmos, também são eles os únicos que podem

possuir para somente o seu culto um sacerdote específico. Isso só é possível pôr causa dos poderes

delegados pelo todo poderoso a eles, pois os demais Orixá são totalmente dependentes de Ifá e Exú,

enquanto que eles não dependem de nenhum dos Orixás para desenvolverem sua própria evolução, ou

seja, o culto à Ifá e Exú não dependem do culto aos Orixá, entretanto o culto aos Orixá dependem

totalmente de Ifá e Exú.

Orumilá é o senhor dos destinos, é quem rege os o plano onírico (sonhos), é aquele que tudo

sabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olorum, ele sabe tudo sobre o passado,

o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos

oráculos, foi quem acompanhou Odudua na criação e fundação de Ilé Ìfé, é normalmente chamado em

suas preces de:

Elérí Ìpín - "o testemunho de Deus''

Ibìkéjì Olódúmarè - "o vice de Deus"

Gbàiyégbòrún - "aquele que está no céu e na terra"

Òpitan Ìfé - "o historiador de Ìfé"

Acredita-se que Olorum passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e conhecimento

possível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados e não habitados à Orumilá, fazendo

com que desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar que estivesse.

No Terra Olorum fez com que Orumilá participasse da criação da terra e do homem, fez com

que ele auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia, também fez com que ajudasse o

homem a encontrar o caminho e o destino ideal de seu orì. No Céu lhe ensinou todos os conhecimentos

básicos e complementares referente todos os Orixá, pois criou um elo de dependência de todos perante

Orumilá, todos devem consultá-lo para resolver diversos problemas, com pôr exemplo, a vinda de

Oxalá à terra para efetuar a criação de tudo aquilo que teria vida na mesma, porém o grande Orixá não

seguiu as orientações prescritas pôr Ifá, e não conseguiu cumprir com sua obrigação caindo nas

travessuras aplicadas pôr Exú, ficando esta missão pôr conta de Odudua.

Também Orumilá fala e representa de maneira completa e geral todos os Orixás, auxiliando pôr

exemplo, um consulente no que ele deve fazer para agradar ou satisfazer um determinado Orixá,

obtendo desta forma um resultado satisfatório para o Orixá e para o consulente.

Orumilá sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que têm vida em nosso

mundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a terra, e é neste exato

instante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pôr aquele determinado

espírito.

É pôr isso que Orumilá tem as respostas para toda e qualquer pergunta lhe é feita, e que ele

têm a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado, e é pôr esta razão que ele têm o

remédio para todas as doenças que lhe forem apresentadas, pôr mais impossível que pareça ser a sua

cura.

Todos nós deveríamos consultar Ifá antes de tomarmos qualquer atitude e decisão em nossas

vidas, com certeza iríamos errar menos, os Iorubás consultam Ifá antes de tomarem qualquer decisão,

com pôr exemplo, antes de um casamento, antes de um noivado, antes do nascimento e até mesmo na

hora de dar o nome a criança, antes da conclusão de um negócio, antes de uma viagem, etc.

Além disto tudo, Orumilá é também quem tem a vida e a morte em suas mãos, pois ele é a

energia que esta mais atuante e mais próxima de Olorum, podendo ele ser a única entidade que tem

poderes para suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa.

Não é Orixá, encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olorum

é o ser supremo dos Iorubás, o nome que dão ao Absoluto, Orumilá é a sua emanação mais

transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar.

Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odudua quando da sua

chegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de

vir fixar-se em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de

adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do

destino das pessoas.

Os babalaôs (pais do segredo), são os porta vozes de Orumilá. A iniciação de um babalaô não

comporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos orixás. É uma iniciação

totalmente intelectual. Ele deve passar um longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos,

em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Itans

(histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cinqüenta e seis odú (signos de Ifá), cujo

conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos do povo de língua Iorubá.

Cada indivíduo nasce ligado a um Odu, que dá a conhecer sua identidade profunda, servindo-lhe

de guia por toda vida, revelando-lhe o Orixá particular, ao qual deverá ser eventualmente dedicado. Ifá

é sempre consultado em caso de dúvida, antes de decisões importantes, nos momentos difíceis da

vida.

L

 

ENDAS DOS ORIXÁS

Iroko Castiga A Mãe Que Não Lhe Dá O Filho Prometido

No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Irôco, mais antiga que o mogno, o pé de

obi e o algodoeiro. Na mais velha das árvores de Irôco, morava seu espírito. E o espírito de Irôco era

capaz de muitas mágicas e magias. Irôco assombrava todo mundo, assim se divertia. À noite saia com

uma tocha na mão, assustando os caçadores. Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras

que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas, para o bem e para o mal. Todos temiam

Irôco e seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte.

Numa certa época, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. Já não havia crianças

pequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foi então que as mulheres tiveram a idéia de

recorrer aos mágicos poderes de Irôco. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o

cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar para a grande planta face a

face. Suplicaram a Irôco, pediram a ele que lhes desse filhos. Ele quis logo saber o que teria em troca.

As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Iroko milho, inhame,

frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o marido tinha para dar. Uma das suplicantes,

chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer.

Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Irôco o primeiro filho que tivesse.

Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães,

felizes e gratas, foram levar a Irôco suas prendas. Em torno do tronco de Irôco depositaram suas

oferendas. Assim Irôco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Olurombi contou toda a

história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-se demais ao

menino prometido. No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos,

temerosa, o filhinho tão querido. E o tempo passou. Olurombi mantinha a criança longe da árvore e,

assim, o menino crescia forte e sadio. Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediações do Irôco,

entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou o

temível espírito da árvore. Disse Irôco: "Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada.

Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa." E transformou

Olurombi num pássaro e ele voou para a copa de Irôco para ali viver para sempre.

Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vão, por toda parte. Ele

mantinha o menino em casa, longe de todos. Todos os que passavam perto da árvore ouviam um

pássaro que cantava, dizendo o nome de cada oferenda feita a Irôco. Até que um dia, quando o

artesão passava perto dali, ele próprio escutou o tal pássaro, que cantava assim: "Uma prometeu

milho e deu o milho; Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregou as

frutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conforme a promessa que foi feita. Só quem

prometeu a criança não cumpriu o prometido."

Ouvindo o relato de uma história que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeu tudo

imediatamente. Sim, só podia ser Olurombi, enfeitiçada por Irôco. Ele tinha que salvar sua mulher! Mas

como, se amava tanto seu pequeno filho? Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta,

escolheu o mais belo lenho de Irôco, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhada

fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido.

O fez com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou o

boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada das ervas sagradas. Vestiu a figura de pau

com as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jóias de família e raros adornos. Quando

pronto, ele levou o menino de pau a Irôco e o depositou aos pés da árvore sagrada. Irôco gostou muito

do presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorria sempre, sua expressão, de

alegria.

Irôco apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos se

cruzavam. Não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe dava as costas,

com medo de o olhar de frente. Irôco estava feliz. Embalando a criança, seu pequeno menino de pau,

batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a antiga

promessa, Irôco devolveu a Olurombi a forma de mulher. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou

para o marido artesão e para o filho, já crescido e enfim libertado da promessa. Alguns dias depois, os

três levaram para Irôco muitas oferendas. Levaram ebós de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros,

laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos por

todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi. Até hoje todos levam

oferendas a Irôco. Porque Irôco dá o que as pessoas pedem. E todos dão para Irôco o prometido.

Iroko Ajuda A Feiticeira A Vingar O Filho Morto

Irôco era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Uma delas era Ajé, a feiticeira, a outra

era Ogboí, que era uma mulher normal. Irôco e suas irmãs vieram juntos do Orun para habitar no Aiê.

Irôco foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs em casas comuns. Ogboí teve dez filhos e Ajé teve

só um, um passarinho.

Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé. Ela

cuidou bem das crianças até a volta da irmã. Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o

filho pássaro com Ogboí. Foi então que os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer um

passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram. Gritavam de fome,

queriam comer, mas tinha que ser um pássaro. A mãe foi então foi a floresta caçar passarinhos, que

seus filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam e

comeram o filho de Ajé. Quando Ajé voltou e se deu por conta da tragédia, partiu desesperada a

procura de Irôco. Irôco a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje. E de lá, Irôco vingou Ajé,

lançando golpes sobre os filhos de Ogboí. Desesperada com a perda de metade de seus filhos e para

evitar a morte dos demais, Ogoí ofereceu sacrifícios para o irmão Irôco. Deu-lhe um cabrito e outras

coisas e mais um cabrito para Exú. Irôco aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos.

Irôco Engole A Devota Que Não Cumpre A Interdição Sexual

Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por um herdeiro. Ela foi

consultar o babalaô e o babalaô lhe disse como proceder: Ela deveria ir à árvore de Irôco e a oferecer

um sacrifício, comidas e bebidas. Com panos vistosos ela fez laços e enfeitou o pé de Irôco. Aos seus

pés depositou o seu ebó. Fez tudo como mandara o adivinho, mas de importante preceito ela se

esqueceu. Ela deu tudo a Irôco, ou, quase tudo. Ela esqueceu que o babalaô mandara que nós três dias

antes do ebó ela deixasse de ter relações sexuais. Só então, assim, com o corpo limpo, deveria

entregar o ebó aos pés da árvore sagrada.

Irôco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliu quase

totalmente a mulher, deixando de fora só os ombros e a cabeça. A mulher gritava feito louca por ajuda

e toda a aldeia correu para o velho Irôco. Todos assistiam o desespero da mulher. O babalaô foi

também até a árvore e fez seu jogo, e o jogo revelou sua ofensa, sua oferta com o corpo sujo. Mas a

mulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse libertada. Toda a aldeia ali reunida

regozijou-se pela mulher. Todos cantaram e dançaram de alegria. Todos deram vivas a Irôco. Tempos

depois a mulher percebeu que estava grávida e preparou novos laços de vistosos panos e enfeitou

agradecida a planta imensa. Tudo ofereceu-lhe do melhor, antes resguardando-se para ter o corpo

limpo. Quando nasceu o filho tão esperado, ela foi ao babalaô e ele leu o futuro da criança: deveria ser

iniciada para Irôco. Assim foi feito e Irôco teve muitos devotos. E seu tronco está sempre enfeitado e

aos seus pés não lhe faltam oferendas.