IEMONJÁ
Esta Deusa está ligada à criação, é considerada a Grande Mãe.
Sendo uma das ninfas das águas salgadas tem sua representação nos mares e oceanos, é a
responsável pela vida dos animais do meio aquático. A Iemonjá tratada neste trabalho é filha de
Oloôkun (Senhor dos Oceanos). Ela e Oxalá tiveram uma união, da qual muitos Orixás foram
originados.
Suas danças representam as ondas do mar.
PERSONALIDADE: Francos, intuitivos, voluntariosos, decididos, ciumentos, custam muito a perdoar
uma ofensa, são amigos até a morte, vaidade pouco acentuada, sinceros, teimosos, valentes, passam
grande parte do seu tempo pensando.
PAÓ: Batidas de palmas imitando o som das ondas do mar, seguindo-se as 3 de reverência e o
adobale.
FILIAÇÃO: Oloôkun
SAUDAÇÂO: “Odoiyá! Odô Siaba!”.
DIA: Sábado.
COR: Azul claro, branco, pérola e transparente.
METAL: Metais brancos.
QUALIDADES:
Asaba
Ogunté
Yemowo
Ranara
Olossa
Akurá ou Konlá
Malebô
Asesu
QUALIDADES DE YEMONJÉ:
1.Yemanjá Ogunté (esposa de Ogum Alagbedé)
2.Yemanjá Saba (fiadeira de algodão, foi esposa
de Orunmilá)
3.Yemanjá Sesu/Susure (voluntariosa e
respeitável, mensageira de olokun)
4.Yemanjá Tuman/Aynu/Iewa
5.Yemanjá Ataramogba/Iyáku (vive na espuma
da ressaca da maré)
6.Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)
7. Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas,
esposa de Oxalá)
Iemanjá, sao todas as águas salgadas e areias do mar. É considerada o princípio de tudo, juntamente
com a terra, Oduduwa. Iemanjá é o mar que alimenta, que umidifica as terras, que energiza a terra, e
também o maior cemitério do mundo. Representa ainda as profundezas do inconsciente, o movimento
rítmico, todas as coisas cíclicas, tudo que pode se repetir infinitamente. A força contida, o equilíbrio.
Iemanjá uniu-se a Oxalá, a criação, e com ele teve os filhos Ogum, Exu e Oxóssi e Xangô.
Como seus filhos se afastaram dela, Iemanjá foi aos poucos se sentindo mais e mais sozinha e resolveu
correr o mundo, até chegar a Okerê, onde foi adorada por sua beleza, inteligência e meiguice. Lá, o rei
se apaixonou por ela, desejando que se tornasse sua mulher. Iemanjá então fugiu, mas o Alafin
colocou seus exércitos para persegui-la. Durante sua fuga, foi encurralada por Oke (as montanhas) e
caiu, cortando seus enormes seios, de onde nasceram os rios. Assim, ela é também a mãe de Oxum,
Obá e Iansã (em alguns mitos).
Conta-se que a beleza de Iemanjá é tamanha que seu filho Xangô não resistiu a ela e passou a
persegui-la, com o desejo incestuoso de possuí-la. Na fuga, Iemanjá cai e corta os seios, dando origem
às águas do mundo e aos Ibejis, filhos de Xangô com Iemanjá. Outro mito ainda, narra a sedução em
sentido contrário. É Iemanjá quem persegue seu filho Aganju (a terra firme) e este é quem foge.
Representando o inconsciente, Iemanjá é considerada também a "dona das cabeças", no sentido de ser
ela quem dá o equilíbrio necessário aos indivíduos para lidar com suas emoções e desejos
inconscientes.
Cor: azul claro e verde, nos tons do mar.
Símbolo: Abebê (espelho, símbolo das águas em geral)
Dia da Semana: Sábado
Numero: 10
Comida: arroz com mel
Saudação: Odô Iyá!
IEMANJÁ (iya: "mãe"; omo: "filho"; eja: "peixe").
A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a rainha das águas salgadas,
considerada como mãe da maioria dos orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família.
Chamada também de deusa das pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de
nascimento.
Essa força da natureza também tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela reger nossos
lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo
teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade
ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festas
de casamento, todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos ou
não.
Numa Casa de Santo, Iemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando
essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão
para irmão em pessoas que a bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o
sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos
Babalorixás (Pai de Santo) ou Ialorixás (Mãe de Santo) com os Omorixás (Filhos de Santo).
A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de
Iemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se
tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o
desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.
É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo
do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto.
Protege a vida marinha.
Filha de Olokum e mãe da maioria dos orixás. Sua cor é branca, associada ao orixá Oxalá; juntos
teriam feito a criação do mundo. É proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existe
um rio com o mesmo nome do orixá.
Exu, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se
deu, e bravamente Iemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe.
Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu "caiu no mundo" desaparecendo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho,
pediu socorro ao pai Olokum e ao criador Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como
a lágrima, foi saindo dando origem aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa
dos orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.
YEMONJÁ
É uma belíssima ninfa negra de grandes e belos seios desnudos e volumosos, aparece
sempre com uma vestimenta da cintura para baixo, nas cores azul e branca, com um adorno
em forma de coroa, chamado Akoro, mas conhecido como Adê, na cor prateada, tendo nos
braços braceletes de prata e idés, em suas mãos um leque de prata em forma de peixe,
chamado de Abebè e uma espada chamada de Kupanga Omyi Benbe ou Lidá, demonstrando
assim as riquezas encontradas nas águas profundas do mar. Divindade das águas salgadas.
QUALIDADES
YEMUO
É a primeira, a mais velha e esposa de Xangô. Veste branco e cristal
YIAMACÈ ou YIAMACI-MALÉ
É a segunda, mãe de xangô e Oxumaré. Esposa de Orannian e muito festejada durante as
festas consagradas a seu filho Xangô. Suas contas são brancas leitosas, rajadas de vermelho
e azul.
YINAÉ ou MALELE
É a terceira, aquela que os filhos sempre serão peixes, também conhecida como Maribó,
mora nas águas mais profundas, é a sereia, ligada a reprodução dos peixes, vem sempre a
beira mar apanhar sua oferendas. Ligada a Oxalá e a Exú.
OGUNTÉ
É a quarta, espôsa de Ogun Alakibebé, mãe de Ogun Akoro. Ogunté quer dizer aquela que
contém Ogun. Vive perto das praias, no encontro das águas com ás pedras. Traz na cintura
um facão e todas as ferramentas que Ogun usa, penduradas em sua vestes. Sua maior
quizila é a pata.
Come carneiro e todos os bichos machos, castrado na hora do sacrificio. Come com seu filho
Ogun nos campos e caminhos. Veste azul marinho e branco cristal ou verde e branco (nas
casas de jeje não come carneiro).
OLOSSÁ
É a quinta. Come com Osún e Nanan. Veste verde claro e sua contas são branco cristal. Come
carneiro castrado na hora do sacrificio (nas casas de jeje não se copa carneiro).
ASAABÁ ou SOBÁ
É a sexta.É velha e manca da perna esquerda, devido uma luta com Exú. Muito rabujenta e
traiçoeira, fala de costas,fia as roupas de Oxalá e comanda ás camadas profundas do mar.
Foi casada com Orumilá IFÁ e usa uma corrente de prata no tornozelo, come pata e tem
pavor de carneiro, come junto com Omolú,Osún Karé e Oxalá.
YIASESSU ou SESSU
É a sétima. É a mensageira de Olóòkun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é
muito esquecida e lenta. Come com Obaluwàiyé e Ogun. Veste verde água e suas contas
branco cristal. Come pata e carneiro castrado na hora do sacrifício(na nação jeje não come
carneiro).
AKURÀ
É a oitava. Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas
marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro, come com Nanan, veste o verde água
e contas iguais.
AYIO
É a nona. Muito velha e veste sete anáguas para proterger-se. Vive no mar e descansa na
lagoa. Come com Osún e Nanan.
SUAS FOLHAS
Erva prata, macassá, capueraba branca e azul, umbúba, oxibata, altéia, arassá da praia,
colõnia, condessa, graviola, erva de santa luzia, mãe boa, lágrima de Nossa senhora, pata de
vaca e a principal que é o papo de peru.
Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes"), é o orixá dos Egbá, uma
nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As
guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokutá, no início do
século XIX. Evidentemente, não lhes foi possível levar o rio, mas, em contrapartida, transportaram
consigo os objetos sagrados, suportes do àse da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região,
tornou-se, a partir de então, a nova morada de Yemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser
confundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente à opinião de numerosos que
escreveram sobre o assunto no fim do século passado. Não nos deteremos nas extravagantes
hipóteses do Padre Baudin, retomadas com entusiasmo pelo Tenente-Coronel Ellis e outros autores.
Daremos, porém, em notas um resumo destes textos.
O principal templo de Iemanjá está localizado em Ibará, um bairro de Abeukutá. Os fiéis desta
divindade vão todos os anos buscar a água sagrada para lavar os axés, não no rio Ògùn, mas numa
fonte de um dos seus afluentes, o rio Lakaxa. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa
procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira(ère) e um conjunto de tambores. O
cortejo na volta, vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.
Iemanjá seria filha de Olóòkun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Numa história de Ifá, ela
aparece "casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de
Ifé,...Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao Oeste. Outrora,
Olóòkun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não se
sabe jamais o que pode acontecer amanhã", com a recomendação de quebrá-la no chão em caso de
extremo perigo. E assim, Iemanjá foi instalar-se no "Entardecer-da-Terra", o Oeste. Olofin-Odùduà, rei
de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá, em vez de se deixar prender e
ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na
mesma hora, levando-a para Okun, o oceano, lugar de residência de Olóòkun (Olokum).
Iemanjá tem diversos nomes, relativos, como no caso de Oxum, aos diferentes lugares profundos(ibù)
do rio. Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo
de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos - ou
somente um deles, segundo outra lenda - foi origem de desentendimentos com seu marido, embora ela
já o houvesse honestamente prevenido antes do casamento que não toleraria a mínima alusão
desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o
marido havia se embriagado com vinho de palma e, não mais podendo controlar as suas palavras, fez
comentários sobre seu seio volumoso. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão e
transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.
Iemanjá no Novo Mundo
Iemanjá é uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Seu axé é assentado sobre pedras
marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul. O sábado é o dia da semana que lhe é
consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seus adeptos usam colares de contas de
vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Fazem-se oferendas de carneiro, pato e
pratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.
Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:
Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;
Iamassê, mãe de Xangô;
Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que freqüentemente é confundido com
Iemanjá em certas lendas;
Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.
Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.
Iemanjá Assabá, ela é manca e está sempre fiando algodão.
Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.
Em Cuba, Lydia Cabrera dá sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá
existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.
ARQUÉTIPO
Tomamos emprestada a descrição do arquétipo de Iemanjá a Lydia Cabrera, sua filha, certamente a
mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer: "As filhas de Iemanjá são
voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o
sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que
lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais.
Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do
luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as
possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".
ESSABAS DE IEMONJÁ:
Oriri
Manjericão
Rama de leite - Obô
Macaçá
Folha de colônia
Folha da costa – Odun-dun
Pata de vaca (beira de rio)
Umbaúba
Erva de São João (mestrato)
Bredo sem espinho – Teté
Alfavaquinha – Orim-rim
Malva branca – Efin
Golfo-branco – Omin-ojú
Jarrinha – Jacomijé
Folha de bicho – Ibin
Capeba – Já
Beti-cheiroso – Obayá
Folha de loko – Iróko
Folha de neve branca, cana-do-brejo – Tinin
Golfo de baronesa – Ereximominpala
Canela de macaco – Teterégun
Parietária – Monam
Cajá – Jamin
YEMOJÁ
AGUAPÉ; ÁGUA DE LEVANTE; ALFAVAQUINHA; ALTÉIA; UNHA DE VACA;
UMBAÚBA; SALSA DA PRAIA; PATA DE VACA; PAPO DE PERU; MUSGO
MARINHO; MARICOTINHA; JASMIM; ERVA DE SANTA LUZIA; DANDÁ DO
BREJO; CONDESSA; CAMÉLIA; ARASSÁ DA PRAIA; BREDO SEM
ESPINHO; CANA DO BREJO; CANELA DE MACACO; CAPEBA; COLONIA;
ERVA PRATA; FOLHA DA COSTA; FOLHA DE BICHO; GRAVIOLA;
JARRINHA; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; MACAÇA; MÃE BOA; MALVA
BRANCA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; OXIBATA;
ERVA SÃO JOÃO
YEMANJA
Locais de
maior vibração
dos orixás
praias
As cores e
flores que são
regidas pelos
orixás:
Branca (Palmas e Rosas)
As bebidas que
são regidas
pelos orixás:
Champanhe branca
Frutos e Frutas
Mamão.
Algumas das
comidas mais
comuns
oferecidas aos
Orixás:
Arroz cozido com fatias de coco regado com mel.]
Mencionaremos
aqui as ervas
mais
conhecidas no
Rio de Janeiro: Erva da Lua, Alfazema, Colônia, pétalas de rosas brancas.
Os Orixás
normalmente
trazem em
seus filhos
suas
características
físicas e de
caráter. Assim
podemos dizer
que os filhos
de:
São pessoas facilmente irritáveis, generosas até certo ponto, de
tendência maternal e amantes da solidão.
Os Orixás têm
suas
preferências
também
quanto aos
metais. A prata.
Calendário
Festivo da
Umbanda 15 de agosto.
LENDA DE YEMONJÁ
Yemonjá, grande orixá das águas, era filha de Olokun, o senhor dos oceanos. Era possuidora de um
grande instinto maternal, que fez dela mãe de dez filhos. Embora casada, não tinha grande apego por
seu marido. Às vezes, pensava em deixá-lo, mas ele era um homem muito importante e poderoso, e
não permitiria tal desonra. Yemonjá também pensava no bem-estar de seus filhos, não podendo deixálos
desamparados.
Seu marido usava o poder com tirania, inclusive com sua família, tornando a vida dela insuportável. Ela
não agüentava mais se submeter aos caprichos de um homem que ela desprezava.
Ela procurou seu pai para aconselhar-se sobre a atitude que deveria tomar. No fundo, ela já estava
decidida a fugir, mas precisava de seu apoio. Olokun não a recriminou, pois ela era uma soberana e,
como tal, não poderia aceitar o jugo de ninguém. Ele, então, deu à sua filha uma cabaça com
encantamentos, para que ela usasse quando estivesse em perigo.
Yemonjá colocou seu plano em prática, fugindo com todos os seus filhos.
Quando ela já estava bem longe de sua aldeia, viu que estava sendo perseguida pelo exército de seu
marido. Pensou em enfrentá-los, mas eles eram muitos e seria uma luta desleal. Yemonjá odeia os
confrontos, pela destruição que causam, já que é um orixá propagador de vida.
Quando se sentiu acuada, resolveu abrir a cabaça e pedir socorro ao seu pai. Do seu interior escoou
um líquido escuro, que, ao tocar o chão, imediatamente formou um rio, que corria em direção ao
oceano.
Foi nessas águas que Yemonjá e seu povo encontraram um caminho para a liberdade.