1. Oxalá -o sol
2. Oxaguian - o nascer do sol
3. Oxanyin - Oxalá moço
4. Oxadinhan - Oxalá moço
5. Oxagiriyan - Oxalá feminino
6. Oulissa - Oxalá no gege
7. Oxalufan - Oxalá velho
8. Oxá olokun - Oxalá do mar
9. Orixalá - Oxalá do meio dia
10. Obi-am - esposa de orixalá
11. Orixá okô - Oxalá da agricultura
12. Obá-okê - Oxalá da montanha
13. Ora minhan - filho de odudua e obatalá
14. Orixanlá - rei dos orixás
15. Ifá - o espírito santo
16. Canaburá - o nascer do dia
17. Obatalá
18. Odudua
19. Okin
20. Lulu
21. Ko
22. Oluiá
23. Babá Roko
24. Babá Epe
25. Babá Lejugba
26. Akanjapriku
27. Ifuru
28. Kere
29. Babá Igbo
30. Ajaguna
ORI
Ori é o deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa o mais íntimo de cada um, o
inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora dentro das
cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.
Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aquele
q pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos,
sao libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior).
Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o ori, a individualidade
pessoal, para que a pessoa não se transforme em um mero espelho do orixá. À cerimônia de equilíbrio
do Ori dá-se o nome de Bori (bo = comer, ori = cabeça => dar comida para a cabeça, fortalece-la).
Um dos mitos sobre Ori diz que ele pode depois de enterrado voltar ao orum, levado por Nanã ou Ewá.
Diz este mito q um dia Ori percebeu q era o momento de nascer outra vez e foi falar com Olorum, o
Universo, solicitando permissão para nascer na mesma família em que havia nascido antes. Olorum
permitiu, com a condição de q apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Ori
pudesse opinar sobre esta questão. E que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosse
consultado" .
Este orixá não tem características estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com os
orixás, possuindo um número no jogo de búzios onde "fala".
A quizila de Ori é a mentira
AJALÁ
Ajalá é o oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável pela criação física dos homens, por seu corpo,
sua cabeça (onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do ser humano; o tipo de barro, de
maior ou menor qualidade, mais ou menos cozido (o que implica maior ou menor numero de
problemas), mais claro ou escuro. Ajalá mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma série
de materiais que determinam como será aquela pessoa, como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes,
com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de vez em quando, repostos, o que é feito nos
rituais do candomblé, entre eles a iniciação.
Diz um dos mitos que Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens com a lama do fundo dos
rios e outros elementos da natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno.
Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas cabeças
defeituosas, queimando algumas e deixando outras com o barro cru. A causa dos problemas que
muitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou queimado, ou
mal proporcionado feito durante alguma bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de cabeças
ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do orixá. Depois que Ajalá terminava de fazer os
oris (cabeças) Obatalá soprava nelas e lhes dava eni, a vida.
Ajalá é considerado avatar de Oxalá, mantendo as mesmas características. Não é cultuado. Apenas
louvado.
ORUNMILÁ
Orunmilá, também conhecido como Ifá, é o princípio da intuição, da premonição, os sentidos do
espírito, o olhar que conhece o futuro. É o deus invocado no jogo de búzios, pois é ele quem conhece
todos os destinos (odus), cabeças (oris) e caminhos. Ele diz a Exu que movimente suas palavras até os
búzios, indicando que orixá esta regendo uma pessoa, porque, com q destino. É considerado um avatar
de Oxalá, pois ele estava no começo do mundo. Olodumare (o universo) Obatalá (o principio), Oxalá (a
criação), Oxaguiã (o conflito), Orunmilá (intuição), Oduduwa (o planeta terra), Ajalá (o oleiro q molda
os oris - cabeças)e Fururu (o sopro de vida) são considerados Oxalá todos eles. O começo de tudo. O
princípio dividido em oito, o infinito.
Diz o mito que Obatalá havia reunido todos os materiais necessários à criação do mundo e que mandou
a Estrela da Manhã convocar todos os orixás a fim de começar o trabalho com sua ajuda. Mas na hora
marcada, apenas Orunmilá apareceu. Obatalá gostou muito da atitude de Orunmilá e o recompensou,
ordenando à Estrela da Manhã que revelasse a Orunmilá todos os segredos da criação e do porvir. E ela
entregou a Orunmilá todos os segredos e materiais que compõem a vida humana, e que estavam
escondidos há muito tempo dentro de uma concha de caramujo guardada num vaso que ficava entre
as pernas de Obatalá. Orunmilá tornou-se, desde este dia, o dono dos segredos, das magias, das
fórmulas dos ebós, dos rituais, de tudo quanto envolvia o conhecimento da alma humana e de seu
destino. Ele conhece a vontade dos orixás e sabe com que matéria foi feito cada homem.
Outro mito narra que Orunmilá/Ifá é filho dos dois princípios mágicos. Que nasceu mudo e não disse
uma só palavra até a adolescência, quando seu pai lhe bateu com um bastão. E neste dia ele disse :
"Gbê-medji", palavra que ninguém compreendia. Quando apanhou de novo, tempos depois, disse:
"Yeku-medji". E assim, em diversas ocasiões, ele foi dizendo palavras, as 16 palavras q compõem o
opelê-ifá. Depois, disse a seu pai que se apanhasse mais poderia dizer muito mais que uma só palavra.
O pai então bateu muito em Orunmilá, que disse então que ele não ficaria na terra, mas que entregaria
a seu pai uma herança que serviria eternamente para todos os deuses de Oxalá. E explicou que os 16
nomes que havia dito eram os nomes de seus futuros filhos e que cada um deles tinha um
conhecimento. Que se transformaria numa palmeira e que com os caroços de seus frutos (seus filhos)
se faria o jogo de Ifá, que poderia ser consultado quando se quisesse saber o futuro ou como resolver
problemas.
Cor: verde/amarelo
Comida: banana com sal.
Número: 16
Símbolo: iruke (um bastão de madeira, curvo)
Dia da semana: sexta-feira
OXAGUIÃ
Oxaguiã, também conhecido como Ajagunã, é o conflito que antecede a paz; a revolução que antecede
as transformações profundas; a instabilidade necessária ao dinamismo da vida e da sociedade e a
busca do conhecimento. Por isso é compreendido como Oxalá moço, enquanto a paz, a tranqüilidade, a
estabilidade, a sabedoria sao compreendidos como Oxalá velho, Oxalufã. Ele é também guerreiro, e
sente prazer em destruir para q o novo se estabeleça.
Um dos mitos diz que Oxaguiã nasceu apenas de Obatalá. Não teve mãe. Nasceu dentro de uma
concha de caramujo. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem
sentido.
Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado, branca. Apesar
de feliz com sua cabeça. ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E
sofria muito. Foi quando um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do
medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.
Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava
o tempo todo acompanhando o orixá. Foi então que Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã,
que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça de inhame, mas
tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem
problemas.
A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito
de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a
tecnologia ou a guerra.
Cor: Branca e azul
Numero 4
Comida: Inhame pilado
Dia da semana: sexta-feira
Saudação: Exeuê, babá!, Epa Babá!
OXALUFÃ
Oxalufã é o princípio da criação, o vazio, o branco, a luz, o espaço onde tudo pode ser criado, e
também a paz, a harmonia, a sabedoria que vem depois do conflito (Oxaguiã). O fim do círculo e o
recomeço. Oxalufã é o compasso do terra, Oduduwa. Caminha apoiado em seu cajado cerimonial, que
é o também o símbolo da ligação que ele estabeleceu entre o Orun (o céu) e o Ayê (a terra). O grande
pai ioruba, considerado a bondade masculina.
São muitos os mitos que falam de Oxalá, mas o mais conhecido nos candomblés é o que conta que
Oxalá sentia muitas saudades de seu filho Xangô, e resolveu visitá-lo.
Para saber se a longa viagem lhe seria propícia, foi consultar Orunmilá o deus adivinho, seu grande
amigo. Este jogou os ikins (casca de caroços de dendezeiro) divinatórios e lhe disse que a viagem não
se encontrava sob bons auspícios. E que se ele desejasse que tudo corresse bem deveria se vestir
inteiramente de branco e não sujar suas roupas até chegar ao palácio, devendo também manter
silêncio absoluto até o momento em que encontrasse seu filho.
E assim fez Oxalá.
Exu, contudo, que adorava atormentar Oxalá, disfarçou-se de mendigo e apareceu no caminho deste,
pedindo a ajuda para levantar um pesado saco de carvão que se encontrava no chão. Sem poder
responder nada e sendo piedoso, Oxalá levanta o saco de carvão para Exu, mas estando este saco com
o fundo rasgado, abre-se e cai sobre Oxalá sujando sua roupa branca. Exu ri loucamente e se vai..
Prevenido como sempre fora, Oxalá toma banho num rio e veste roupas brancas novamente. E segue
seu caminho. Novamente Exu se disfarça e pede ajuda ao viajante, dessa vez para entornar um barril
de óleo num tacho.
Sem poder responder para explicar e tendo boa vontade em ajudar, Oxalá levanta o barril e Exu o
derrama sobre suas roupas, que desta vez não podiam mais ser trocadas, pois eram as últimas roupas
limpas que Oxalá tinha para trocar.
Sujo e cansado, Oxalá vai seguindo seu caminho quando vê o exército de Xangô se aproximar dele,
sinal de que estava bem perto de seu destino. Este, contudo, prende Oxalá, confundindo-o com um
procurado ladrão. Como não podia falar, Oxalá nada diz e acaba jogado numa prisão durante sete
anos.
Neste meio tempo o reino de Xangô entra em decadência: suas terras não produzem alimentos, os
animais morrem, o povo fica doente.
Desesperado, Xangô chama um babalaô que ao jogar o ikin lhe diz que todo o mal do reino advém do
fato de haver injustiça na terra do senhor da justiça.
Xangô vai então averiguar pessoalmente todos os presos de seu reino e descobre Oxalá pai na prisão.
Desolado, coloca o velho pai sobre suas próprias costas e o carrega para o palácio, onde se encarrega
de banha-lo e vesti-lo com sua alvas roupas, realizando a seguir uma grande festa.
A cerimônia do candomblé chamada "Águas de Oxalá" rememora este episódio.
Cor: branco
Dia da semana: sexta-feira
Numero 16 e 8
Comida: canjica
Saudação: Epa, Babá! Exeuê, Babá
OXALÁ
Oxalá, o mais importante e elevado dos deuses iorubanos, foi o primeiro a ser criado por Olorum, o
deus supremo. Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de criar o mundo.
De sua união com Iemanjá resultou o nascimento da maioria dos orixás e da linha do horizonte,
dividindo o céu e o mar. É considerado o pai de todos os orixás na cultura iorubana.
Equilíbrio positivo do universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos
da terra e do cosmo. É considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da
compreensão, do entendimento, do fim da confusão.
Oxalá é orixá que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano, o fim com a certeza
do dever cumprido. A morte deve ser encarada com naturalidade como encaramos os demais assuntos
da nossa vida, pois ela faz parte da natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim.
Exu inicia, Oxalá termina. É assim nas rodas de Candomblé, nos Xirês, quando louvamos todos os
orixás. É ele que sempre atuará como mediador para acalmar discórdias em qualquer plano e
produzindo uma solução, uma definição.
Oxalá era marido de Nanã, senhora do portal da vida e da morte. E por determinação dela, somente os
seres femininos tinham acesso ao portal, não permitindo aproximação de seres masculinos em hipótese
alguma. Determinação que servia também para Oxalá, que com o passar do tempo não se conformava
com esta decisão, não só por ser marido de Nanã, como por sua própria importância no panteão dos
orixás.
Assim pensou até que encontrou uma forma de burlar as determinações de sua esposa. Não fugindo de
sua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o adê (coroa) com os chorões no rosto, próprio das iabás
e aproximou-se no portal satisfazendo enfim sua curiosidade. Foi pego, porém, por Nanã no exato
momento em que via o outro lado da dimensão. Nanã aproximou-se e determinou:
- "Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher para desvendar um segredo tão importante, vou
compartilhá-lo contigo. Terás, então, a incumbência de ser o princípio do fim, aquele que tocará o
cajado três vezes ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer das
vestes femininas e, daqui para frente terás todas as oferendas fêmeas!"
E Oxalá passou a comer não mais como os demais santos aborós (homens), mas sim cabras e galinhas
como as iabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no senhor
do princípio da morte e conheceu todos os seus segredos.
ORIXÁS BALÉS (ligados à morte)
OGUM - intimamente ligado a causa de acidentes e desastres
OBALUAIÊ - ligado à doenças letais e contagiosas. Servirá de guia para os espíritos desencarnados;
OIA-IANSÃ - regente dos cemitérios e principalmente por também ser guia dos eguns;
NANÃ - dona do portal da vida e da morte. Considerada como a própria morte;
OXALÁ - princípio ativo da morte. A determinação final. A paz. O fim.