Oxumaré (serpente, arco-íris) é a servidora de Xangô e o seu trabalho é o de recolher as águas
caídas sobre a Terra durante as chuvas.
É a manifestação do conflito natural, é a manifestação do conflito e da união (DÃ).
Tem sua representação na pororoca, junto com Iemonjá e Oxum, e no
arco-íris. É o Orixá da riqueza.
PERSONALIDADE: temperamento desconfiado, falsos, retraídos quando é conveniente, observadores,
alegres, trazem a transformação a beleza e a fartura, com o sucesso tornam-se generosas.
PAÓ: Igual a Oxum.
SAUDAÇÃO: “Arrobobôia, Tiuaraça Bessém!”.
DIA: Sábado.
CORES: Verde e amarelo, além das que compõe o arco-íris.
ANIMAIS: Bode, cabra, frangos e galinha d`angola.
Oxumaré ou Oxumarê, é a energia das cores, da luz do sol após as chuvas, o arco-íris, e por isso
mesmo associado às serpentes, que sao muito coloridas e poderosas.
Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Obaluaiê, Nanã e Oxalá tiveram outro filho. Este era
Oxumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobedecido os preceitos de Orunmilá, Oxumarê
nasceu sem braços e sem pernas, com a forma da serpente, rastejando pelo terra, e ao mesmo tempo
de homem. Mais uma vez decepcionada, Nanã abandonou Oxumarê.
Oxumarê entretanto possuía grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomoverse,
aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava,
a nadar e possuía imensa astúcia e inteligência.
Orunmilá, o deus da adivinhação do futuro admirando-se e apiedando-se dele tornou-o um orixá belo,
de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô. É
Oxumarê portanto quem traz as águas da chuva e é a ele que se pede que chova.
Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quando
tivesse esta missão a realizar. Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas ao homens ou a
pobreza. Oxumarê vive com sua irmã Ewá no fim do arco-íris.
Número: 10
Cor: as do arco-íris
Dia da semana: quinta-feira
Símbolo: Dã. (ma serpente enrolada numa árvore, simbolizando o poder da adaptação)
Comida: batata doce
Saudação: Arroboboi Oxumarê!
OXUMARÉ ("aquele que se desloca com a chuva e retém o fogo nos seus punhos" )
Orixá andrógino, cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação e
transformação. Por ser bissexual, tem uma natureza dupla; é representado na mitologia daomeana por
uma cobra e o arco-íris, que significam a renovação e a substituição.
Durante seis meses é masculino, representado pelo arco-íris e tem como incumbência levar as águas
da cachoeira para o reino de Oxalá no Orum (céu). Nos outros seis meses, Oxumaré assume a forma
feminina, e nessa fase, seria uma cobra que vez ou outra se transforma em uma linda deusa chamada
Bessém.
A dualidade de Oxumaré faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos básicos dentro de si:
bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo.
Como uma cobra, morde a própria cauda formando o símbolo ocidental do Orobóros, gerando um
movimento circular contínuo que representaria a rotação da Terra e próprio movimento incessante dos
corpos celestes no espaço. Nas lendas, aparece sempre como filho de Nanã e Oxalá.
No Brasil, seus iniciados usam o brajá, um longo colar de búzios trabalhados de maneira a parecerem
as escamas de uma serpente. Durante sua dança, o iaô aponta os dedos para cima e para baixo,
alternadamente indicando os poderes do céu e da terra. Em algumas regiões é cultuado como deus da
riqueza, simbolizado por uma grande cunha entre seus apetrechos de culto.
Oxumaré está presente nas negociações, no pagamento das contas, no recebimento de um prêmio, na
compra, nos negócios envolvendo gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nas
financeiras, enfim, nos lugares em que se manuseia dinheiro
É o Orixá da riqueza (material e espiritual). Está associado ao ciclo vital, símbolo de continuidade da
vida. É representado por uma serpente, que, rastejando sobre a Terra, desenhou vales e rios.
É o Orixá que controla e regula os movimentos celestes. Simboliza a atividade, a continuidade e a
permanência. Sua comunicação com os homens é expressa pelo arco-íris, o que revela as suas
múltiplas funções. Leva água dos mares, transformando-a em chuva, trazendo o raio e o trovão à
Terra, garantindo a fertilidade e o crescimento dos elementos da natureza. Por isso se diz: Àróbò vo yi!
Aquele que vai, dá a volta e continua!
Oxumaré, na cultura yorubá é filho de Nana e Oxalá, entre os africanos que trouxeram este culto para
o Brasil, Oxumaré é Rei da Nação Jeje, onde recebe o nome de DAN, BESEN ou DANGBÉ. Por se Orixá
da continuidade, tem como representação uma serpente engolindo o próprio rabo.
Oxumaré, por estar ligado a terra e as águas, já que reside nas profundezas do oceano, é o dono das
riquezas escondidas nas florestas, nas entranhas da terra e nos fundos dos mares. É também dono das
pedras preciosas, do ouro, do coral, do sègi, que vem a ser os excrementos que deixa no mundo.
Oxumaré é o Orixá de todas as coisas compridas: das extensas palmeiras e do cordão umbilical (que
deve ser enterrado aos pés da palmeira para assegurar vida longa e próspera ao recém-nascido). Uma
das características dos filhos de Oxumaré, são pessoas que tendem à renovação e à mudança.
Periodicamente mudam tudo em sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de
religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro,
para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes.
São magras como a cobra, possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas não enxergam,
se prendem a valores materiais, ostentando riquezas; são orgulhosas, exibicionistas, mas também
generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
QUALIDADES
KETU
EFERIN: Vem ao barracão com ade em palha da costa, com as 7 cores do arco-íris, usa também uma
couraça de metal, de várias cores e duas serpentes em estanho.
EBASUN: Ao lado de Obaluaê, tendo na mão direita uma cobra e na esquerda um espadim, como o
desenho abaixo:
Obs: Esta qualidade é assentada fora de casa.
EJO: É feita fora de casa, é terrível
KAFORIDAN: É velho, pai de Dan (A serpente encantada) e está ligado a fertilidade
JEJE
DAN: Vodun velho
BESE: Rei do Jeje – fêmea
DANCILÉ:
DANBAGLÁ: Cultuado também no Haiti, está ligado a bruxaria
DANGBÉ: Se veste de branco, come cabritos brancos, usa 2 cobras imersas no azeite de dendê/azeite
doce. É macho
AYDOWEDO: É fêmea
COR: Verde, amarelo, preto e amarelo, Jeje: preto, amarelo com sègi
COMIDA: Isu(inhame), batata doce, egbo bem mole, acaçá, omolocun (ovos cozidos, cortados em
rodelas e fritas no azeite doce), acarajé, folha de mostarda frita no azeite de dendê com camarão seco,
pipoca, quiabo, banana da terra frita no azeite de dendê, feijão fradinho, feijão preto, egbo, camarão
seco, azeite de dendê e azeite doce, farofa de ovos, sai como ebó: salada de frutas com mel, pipoca no
azeite doce e dendê
DIA DA SEMANA: Terça-feira
DATA: 24 de agosto
FOLHAS:
Iroko Pente de Oxumaré
Parietária Mutamba
taioba Golfo redondo de Nanã
Mariazinha
BEBIDAS: Aluá, água
ILEKÉ: Brajá ou Barajá
METAL: Estanho, bronze, ferro
PARTE DO CORPO: Espinha dorsal, sistema nervoso e sistema neurovegetativo
SÍMBOLOS: Ojá em forma de serpente, 2 ibiri em forma de cobra, 2 cobras em estanho, usadas nas
mãos
SACERDOTE: Podem ocupar qualquer cargo
TOQUE: Bravun, Opanijé, Avania, Dahomé
SAUDAÇÃO: ARO BO BOI ou ARO MO BOI
Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô). O adivinho do rei Oni. Sua única ocupação era ir ao
palácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana, de quatro dias, dos iorubás. O rei Oni não
era um rei generoso. Ele dava apenas, a cada semana, uma quantia irrisória a Oxumaré que, por essa
razão vivia na miséria com sua família.
O pai de Oxumaré tinha um belo apelido. Chamavam-no "o proprietário do chale de cores brilhantes".
Mas tal como seu filho, ele não tinha poder. As pessoas da cidade não o respeitavam. Oxumaré,
magoado por esta triste situação, consultou Ifá. "como tornar-me rico, respeitado, conhecido e
admiradopor todos?" Ifá o aconselhou a fazer oferendas. Ele disse-lhe que oferecesse uma faca de
bronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa.
No momento que Oxumaré fazia estas oferendas, o rei mandou chama-lo. Oxumaré respondeu: "Pois
não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia." O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré,
recriminou-o e negligenciou, até, a remessa de seus pagamentos habituais. Entretanto, voltando à sua
casa, Oxumaré recebeu um recado: Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo a
respeito de seu filho que estava doente. Ele não podia manter-se de pé. Caía, rolava no chão e
queimava-se nas cinzas do fogareiro.
Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela. Todas as doenças da criança
foram curadas. Olokum, encantada por este resultado, recompensou Oxumaré. Ela ofereceu-lhe uma
roupa azul, feita de rico tecido. Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, sobre o qual
Oxumaré retornou à sua casa em grande estilo. Um escravo fazia rodopiar um guarda sol sobre sua
cabeça e músicoa cantavam seus louvores.
Oxumaré foi, assim, saudar o rei. O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe: "Oh! De onde vieste? De onde
sairam todas estas riquezas?" Oxumaré respondeu-lhe que a rainha Olokum o havia consultado. "Ah!
Foi então Olokum que fez tudo isto por voce!" Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumaré
uma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes. Oxumaré tornou-se,
assim, rico e respeitado. Oxumaré, entretanto, não era amigo de Chuva. Quando Chuva reunia as
nuvens, Oxumaré agitava sua faca de bronze e a apontava em direção ao céu, como se riscasse de um
lado a outro. O arco-íris aparecia e Chuva fugia. Todos gritavam: "Oxumaré apareceu!" Oxumaré
tornou-se, assim, muito célebre. Nesta época, Olodumaré, o deus supremo, aquele que estende a
esteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada mais enxergava. Ele
mandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram curados. Depois disso, Olodumaré não deixou
mais que Oxumaré retornasse a Terra. Desde esse dia, é no céu que ele mora e só tem permissão para
visitar a Terra a cada três anos. É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas."
Oxumare é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e perseverantes nos
seus empreendimentos e que não medem sacríficios para atingir seus objetivos. Suas tendências à
duplicidade podem ser atribuídas à natureza andrógina de seu deus. Com o sucesso tornam-se
facilmente orgulhosas e pomposas e gostam de demonstrar sua grandeza recente. Não deixam de
possuir certa generosidade e nçao se negam a estender a mão em socorro àqueles que dela
necessitam.