Osún
Mãe e rainha das águas doces, esta ninfa é a Deusa da Nação Ijexá. É considerada a Orixá que
está ligada ao ouro, a prosperidade e a criação, sendo responsável pelas crianças. Todas as crianças
recebem a proteção de Oxum até os sete anos, após isso, são entregues ao Orixá correspondente.
Oxum traz consigo o gosto da vingança. Os seus filhos são geralmente manhosos e se metem
em fofocas facilmente.
Junto com Oyá, dão às mulheres um jeito sensual e faceiro. Por ser a Deusa do amor, está
sempre presente no relacionamento amoroso das pessoas.
Oxum é uma divindade muito ligada à magia, com Yamí Oxorongá aprendeu a
................?
Oxum rege a fecundação, ela á a responsável pela multiplicação das células do zigoto. Todos
temos uma forte ligação com o útero, uma vez que nos originamos nesse local.
PERSONALIDADE: Falsidade, gosto por intrigas, protetora, sua raiva leva ao desequilíbrio emocional,
meiga dengosa, intuitiva, está ligada ao jogo de búzios e à magia, faz manha quando quer as coisas.
PAÓ: Mesmo de Iemonjá.
Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que
mata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro que eterniza as idéias dos homens nele
materializadas. Como as águas das rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de
beber as folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as
feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.
Oxum é por isso associada à maternidade, da mesma maneira que Iemanjá. Por sua doçura e
feminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da água, Oxum é considerada a deusa do amor.
A Vênus africana. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos
Oxum, e também não podemos segura-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino. A
sedução. A deusa que seduziu a todos os orixás masculinos.
Diz o mito que Oxum era a mais bela e amada filha de Oxalá. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a
todos seduzia pela graça e inteligência. Oxum era também extremamente curiosa e apaixonada. E
quando certa vez se apaixonou por um dos orixás, quis aprender com Orunmilá, o melhor amigo de seu
pai, a ver o futuro. Como o cargo de oluô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher,
Orunmilá, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia a Oxum.
Oxum então seduziu Exu, que não pôde resistir ai encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogo
de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmilá. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiu
para a floresta em busca das Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também a
elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Exu há tempos, não
ensinaram Oxum a ver o futuro, pois sabiam que Exu já havia roubado os segredos de Orunmilá, mas a
fazer inúmeros feitiços em troca de que a cada um deles elas recebessem sua parte.
Tendo Exu conseguido roubar os segredos de Orunmilá, o deus da adivinhação se viu obrigado a
partilhar com Oxum os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheres
jogam. Oxum representa, assim a sabedoria e o poder feminino.
Em agradecimento a Exu, Oxum deu a Exu a honra de ser o primeiro orixá a ser louvado no jogo de
búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, Oxum é também a
força da vidência feminina. Mais tarde, Oxum encontrou Oxóssi na mata e apaixonou-se por ele. A
água dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente e
rica que já existiu.
Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausências destes Oxum foi seduzida pela beleza, os
presentes (Oxum adora presentes) e o poder de Xangô, irmão de Oxossi, rompendo sua união com o
deus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitasse Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonou
seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. Oxum
pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Iansã a deusa dos
raios que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partir
de então, sua esposa predileta e companheira cotidiana.
Cor: amarelo-ouro
Número: 5
Dia da semana: Sábado
Símbolo: abebê (espelho)
Comida: Ipetê, Omolocum (feijão fradinho com camarão)
Saudação: Ora ieieu, Oxum!
OXUM (rio que passa por Oxogbo, na Nigéria) .
Segunda esposa de Xangô, tendo vivido em outras épocas com Ogum e Oxóssi. Sua morada é nas
cachoeiras e rios de água doce, onde costumam lhe entregar comidas e presentes. Na África é
chamada Iyalode, cargo ocupado pela mulher mais importante da cidade.
Foi rainha de Oyó, onde as mulheres que queriam engravidar procuravam-na, sendo respeitadíssima
como feiticeira. Como todos os outros orixás, existem diversos tipos de Oxuns, de acordo com a
proximidade de uma tribo ou a profundidade do rio. Oxum pode ser maternal, jovem feiticeira ou uma
guerreira.
Mãe da água doce, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro. Oxum é a rainha do Ijexá. Orixá da
prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe.
Oxum exerce uma ampla influência no comportamento dos seres humanos, regendo principalmente o
lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nós. No bom sentido,
Oxum " é o veneno das palavras", é o modo piegas das pessoas, é a forma "metida", esnobe
apresentada principalmente pelo sexo feminino. É o cochicho, o segredinho, a fofoca. Está encantada
nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas. Rege o charme, o it, a pose; tudo que
está ligado à sensualidade, sutileza, ao dengo, sendo o sexo feminino o mais influenciado. É o flerte, o
carinho. É o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível, não chegando a ser a paixão. É o amor
verdadeiro; ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e
românticos. É a deusa do amor. Oxum está muito intimamente ligada à magia, pois é a divindade
africana mais ligada às yámi oxorongá, feiticeiras, bruxas. Com elas aprendeu a arte da magia,
estando esta arte ligada ao amor.
Regente do ouro, ela está presente e se encanta em joalherias e outros lugares onde se
trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. É o
próprio ouro. A regência mais fascinante de Oxum é o processo de fecundação. Na
multiplicação da célula mater, Exu entrega a regência para Oxum que vai cuidar do embrião,
do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na
barriga da mãe, onde no nascimento a entrega para Iemanjá, que lhe dará destino.
OXÚN
O
xún é a filha predileta de Yemanjá e Oxalá, ela representa as riquezas e tem suas cores
realizadas ao metal mais precioso da antiguidade que era o cobre. Sua cor preferida é o amarelo.
Mantém profundos laços de amizade com Orumilá, quando ela foi esposa de Orumilá recebeu o título
de Yià Petyby, a zeladora dos cauris. Foi nessa ocasião que ela passou a ter ligações com Exu e um
Odù chamado Oxeturà, para obter as respostas perfeitas do jogo de adivinhações, passando então a
ser perseguida por Exu, o que aqui na terra reflete nos seus filhos. As filhas de Oxún só jogam os
búzios em número de oito, o Mere Dylogun, pois os outros oito búzios restantes que completam o
Dylogun, o jogo dos dezesseis búzios foram roubados por Exu. Isto nos revela a perseguição que é
movida às filhas de Oxún por Exu, pois elas mantêm a outra metade do segredo do Dylogun.
Oxún mantém um grande laço de amizade com Orixá Ossanyin, pois para o equilíbrio da mistura
das ervas para a feitura do Amacì, há necessidade das águas de oxún, Deusa das cachoeiras e das
águas doces.
Olodumaré explicou, mediante as coisas estarem indo mal sobre a terra, que sem a presença da
Oxún e seu poder sobre a fecundidade, nenhum se seus empreendimentos poderia dar certo, e assim
todas as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados.
Oxún é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre
todas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre as
águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível.
A sua dança preferida é Igexá, lembrando o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora,
ela cura doente com água fria, cura criança. Seu Oro, um pássaro que tem uma pena brilhante na
cabeça, e a Yalodê, ajuda as crianças a terem uma mãe. Manda a cabeça má ficar boa, Oxún é doce e
poderosa como Oni. Ela é meiga, afável, elegante tendo muito dinheiro para divertir-se, ela é poderosa
como um rei, não se iludam: Oxún é vigorosa e experiente feiticeira, seus filhos devem tomar cuidado
com álcool, as drogas e as doenças venéreas.
Oxún foi a primeira Yaba, ou seja primeira zeladora de santo, raspando a cabeça da galinha de
angola e quem colocou o primeiro adocho (coroa), dando assim aos seus descendentes a forma atual.
Ela foi a segunda esposa de Xangô, antes, porém, esposa de Oxóssi, sua grande paixão. Patrona do
ventre, comanda o baixo ventre. Governa as ervas anti-sépticas e desinflamatórias. Ela é genitora,
ligada à procriação, patrona da gravidez, do desenvolvimento do feto, coloca o bebê sob sua proteção
até que adquira o conhecimento da linguagem.
Oxún, foi a primeira Iyami encarregada de ser Olotoju Anon Omi (aquela que vela pelas crianças
e cura). Mãe ancestral suprema, Oxún é considerada a patrona dos peixes, mas é também
representada pelos pássaros. O ovo é um de seus símbolos.
QUALIDADES
YEYEODO: É mãe das nascentes. Come ao lado de Yemanjá, veste branco e azul.
AGBALU: É velha idosa, rabugenta, veste azul claro e leva dois abebé nas mãos, sendo que na direita
é de metal amarelo e na esquerda é de metal branco, vazados com uma lua cheia. Só pode ter uma na
casa. Seu assentamento é ao lado de Yemanjá Sogba.
AJIMU: Veste azul claro e rosa. Come com Oxalá e Omulú, não come bicho fêmea, exceto a pata. É a
senhora da fecundidade e do feitiço, é velha e vira bruxa na beira do rio. Temperamento meigo. Seus
fios de conta são em cristal amarelo escuro. É mais ou menos nova.
IYAOMI: É ela quem pergunta a Exu o que vai ser dito ao consulente, no jogo de búzios. No
assentamento de Exu tem uma quartinha que é de Iyaomi.
ABOTO: Jovem, vaidosa, fundamento no poço, considerada mãe de Ibeji, fio de conta é amarelo leitoso
bem claro.
OPARA: Veste amarelo, rosa ou vermelho. É o braço do trovão. Jovem, guerreira e vaidosa. Tem
ligação com Oya/Ogún ou Xangô (somente). É a Oxún da estradas. Ela é companheira inseparável de
Onira, comem juntas no bambuzal ou no rio, quando juntas são perigosas, tem fundamento com Egun.
AJAGURÁ: É violenta, feiticeira, nasce dos rios, temperamento impetuoso, muito guerreira,
relacionada a Ogún, é terrível rival de Oya, muito agressiva e orgulhosa. Veste amarelo ouro e rosa
claro. Come com Ogún e Xangô. Come coelha.
YEYEOKE: É chamada Oxún menina, relacionada aos montes. Vive no interior das matas é associada as
Yiamin, muito guerreira e caçadora, é casada com Oxossi. Veste amarelo ouro, usa arco e flecha, traz
uma espada e um leque. Come com Oxossi e Yewà somente caça.
IPONDÁ: Vive no mato e nos cemitérios. Usa uma espada, fundamento com Oxossi Ibualamo e
Obaluaê. Namoradeira, desconfiada, astuta, violenta. É a mãe de Logunedé. Grande Deusa de Ijexá,
veste-se de amarelo ouro e na barra da saia azul claro. A pata é uma de suas grandes Kizila, o seu
bicho de fundamento é a tartaruga, que aprecia a carne e os ovos, come com Oxossi, Yemanjá e seu
filho Logun.
YEYEOGÁ: Velha, rabugenta, ligação com Xangô Ogodo.
YEYEKARE: Muito bonita, guerreira, autoritária e agressiva. Veste saia branca com forro amarelo claro.
Tem ligação com Oxossi e Ogún. Acompanha Yemanjá e Oxalá, come na lagoa e no encontro das água
salgadas. Devido ser muito guerreira, numa luta feriu-se na perna esquerda, é manca da perna
esquerda e come bichos fêmeas.
YEYEPETU: Culto extinto no Brasil.
YEYEOBA: Ligada a Xangô.
ALOKE: Ligação com Yemanjá.
OGBO: É relacionada ao parto e ao nascimento do feto. É a origem de Oxún, seu culto é realizado nas
nascentes dos rios. Veste o amarelo ouro e azul claro, come com Oxalá e Yemanjá.
AYILA OU YALA: É avó das Oxún, muito poderosa e guerreira, foi esposa de Ogún. Veste o amarelo
ouro e azul claro, come com Ogún, mora nas matas e tem caminhos com Obaluaê.
CORES: Amarelo ouro, azul claro, branco, bege (Ijimu), rosa, amarelo, azul e branco (Opará).
COMIDA: Acaçá, ipeté, omolocun, inhame da costa, inhame da costa com camarão seco, obi, orogbo,
uado, acará no azeite doce.
DIA DA SEMANA: Sábado.
DATA: 8 de dezembro.
FRUTAS: Todas as frutas doces, inclusive manga rosa e carlotinha com açúcar cristal.
FOLHAS
:
Colônia Omi
Negamina Macaca
Mutamba Folha da fortuna
Folha da costa Canela de macaco
Bredo sem espinho Catinga de mulata
Erva de Santa Luzia Rama de leite
Folha de Ioko Levante
Bredo sem espinho Oripepe
BEBIDAS: Água de rio com essência de flor de laranjeira, mel com água de poço ou cachoeira, aluá.
ILEKÉ: Amarelo ouro, amarelo claro, âmbar com marfim.
METAL: Ouro, latão amarelado, cobre amarelado.
PARTE DO CORPO: Todo o rosto, o baixo ventre, o baço, às vezes o coração, patrona do ventre, a
terceira visão e a circulação sanguínea (os rios).
SÍMBOLO: Abebé, Espada.
SACERDOTE: Iyalosun ou Amolosun
CARGOS: Qualquer cargo.
TOQUE: Ijexá.
SAUDAÇÃO: ORI YE YE O
FI DE RI O MÁ (Opará)
Orê Yeyê ô!
Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava
de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre.
Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía
jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre.
Omiro wanran wanran wanran omi ro!
"A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!"
Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser
uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de
Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá.
Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas
deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos
vãos permitem atravessar de um lado a outro.
Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos,
transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra,
pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva
para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio.
Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o
rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto,
mal formulada.
Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a
guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias.
Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das
águas e Olowu continuou sua expedição.
Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente
encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu
mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois,
galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se
cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as
margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas
águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio.
Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente
prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra.
O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse
de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do
país.
O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o
primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou,
uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte,
soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio.
Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da
divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe
chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu
numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre
a água e o grande peixe saltou sobre ela.
Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar.
Ataojá declarou então: "Oxum gbô!"
"Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes."
Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, aí, grandes festas em
comemoração a todos estes acontecimentos.
ARQUÉTIPO
O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e
vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais,
porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância.
Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de
ascensão social.
ESSABAS DE OXUM:
Macaça Baronesa
Vitória régia
Oripepê
Ojuorô
Oxibatá
Oriri
Vassourinha de igreja
Bredo sem espinho – Teté
Alfavaquinha – Orim-rim
Folha da costa – Odun-dun
Malva branca – Efin
Beldroega – Omim
Capeba – Já
Folha de loko – Iróko
Malmequer branco – Pepe
Canela de macaco –
Teterégun
Parietária – Monan
Cajá – Jamin
Papinho de peru – Tolu-tolu
Mutamba - Aferé
Folha da fortuna – Eim-dumdum
Rama de leite – Obô
Golfo branco – Omin-ojú
Folha de vintém – Ilerin
ÒSUN
ABILZEIRO; AGUAPÉ; ALFAVAQUINHA; AMOR DO CAMPO; ALUMÃ;
BABOSA; ASSA-PEIXE; AZEDINHA; BANANEIRA; BRILHANTINA;
BEM-ME-QUER; BELDROEGA; CAMARÁ; CAMOMILA; ERVA CAPITÃO;
CANELA DE MACACO; CAPEBA; CIPÓ CHUMBO; COLONIA; ERVACIDREIRA
(MELISSA); VASSOURINHA DE RELÓGIO; QUITOCO;
ORIPEPE; MELISSA; MANJERICONA; JAMBO; IPÊ AMARELO;
GUANDO; FOLHA DA FEITICEIRA; ERVA-DE-SANTA MARIA;
CEBOLA; ERVA DE SANTA LUZIA; FOLHA VINTÉM; FOLHA DA
COSTA; GRAVIOLA; JARRINHA; MACAÇA; MÃE BOA; MALMEQUER;
MALVA BRANCA; MANJERICÃO; MILAME; MUTAMBA; ORIRI;
OXIBATA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; FOLHA
DA FORTUNA; BARONESA; VITORIA REGIA; ALFAZEMA; ORIPEPE.
OXUM
Locais de maior
vibração dos
orixás
cachoeiras e rios
As cores e
flores que são
regidas pelos
orixás:
Branca e amarela (Rosas e Palmas)
As bebidas que
são regidas
pelos orixás:
Champanhe branca
Frutos e Frutas Banana Ouro – Laranja Lima.
Algumas das
comidas mais
comuns
oferecidas aos
Orixás:
Omolocum – (Feijão fradinho cozido na água, com camarões
refogados no azeite doce coberto por 8 ovos cozidos).
Mencionaremos
aqui as ervas
mais
conhecidas no
Rio de Janeiro:
Oriri, Colônia, pétalas de rosas brancas.
Os Orixás
normalmente
trazem em
seus filhos
suas
características
físicas e de
caráter. Assim
podemos dizer
que os filhos
de:
São pessoas vaidosas, de meiga beleza, lentas, um tanto quanto
preguiçosas, interessadas, porém descuidadas.
Os Orixás têm
suas
preferências
também
quanto aos
metais.
O ouro.
Calendário
Festivo da
Umbanda
8 de dezembro.
QUALIDADES DE OXUM:
1. Abalu (a mais velha de todas) - ABALÔ
(carrega ogum é uma Iansã)
2. Jumu ou Ijimu (a mãe de todas, estreita
ligação com as Ìyámi)
3. Aboto ou Oxogbo (feminina e coquete, ajuda
as mulheres terem filhos)
4. Apara (a mais jovem e guerreira)
5. Ajagura (guerreira)
6. Yeye Oga (velha e enquizilada)
7. Yeye Petu
8. Yeye Kare (guerreira)
9. Yeye Oke (guerreira)
10. Yeye Onira (guerreira)
11. Yeye Oloko (vive nas florestas)
12. Yeye pondá (esposa de Oxóssi Ibualama,
guerreira e porta um leque)
13. Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete)
14. Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher
de Ogum)
15. Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce
sobre a cabeça de suas filhas)
16. Yeye Odo (dos perdões)
LENDA DE OXUM:
Esta lenda conta como Oxum conseguiu enganar Exú e aprender a arte de adivinhar.
Oxum pediu a seu Pai Oxalá, que lhe ensinasse a arte de adivinhar. Oxalá disse a Oxum que só
Exú e Ifá detinham tal poder.
Oxum procurou Exú e lhe pediu que a ensinasse a jogar. Exú é claro, negou.
A jovem foi para a floresta procurar Yamó Oxorongá, que admirou-se da coragem de Oxum,
uma vez que ninguém entrava na floresta ao escurecer. Oxum encontrou Oxorongá e esta lhe ensinou
a feitiçaria para acabar com a pose de Exú.
Oxum voltou a procurar Exú, desta vez levando as mãos cheias de um pó brilhante. Oxum
desafiou Exú a adivinhar o que havia em suas mãos, quando Exú olhou o pó ficou cego por algum
tempo, deixando seus búzios caírem. Oxum se fez de prestativa e começou a ajudar Exú, desvendando
o jogo. Oxum perguntava Exú: “Quantos búzios são? Quem responde no primeiro?” e assim por diante.
Exú fica irritado ao saber da astúcia de Oxum e procura Ifá, que por sua vez acha graça da
coragem de Oxum e diz a Exú que terá que dividir seus conhecimentos com Oxum.
LENDA DE OXUN
Conta a lenda que Oxalá, numa de suas caminhadas pelo mundo, iria passar pela aldeia de
Oxun, onde pretendia parar e descansar.
Exú, mensageiro dos orixás, correu para avisar Oxun que o grande orixá fun-fun estava a
caminho de sua cidade. Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muito
importante para todos. Ela, então, apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de
todas as casas e lugares públicos da aldeia, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor
branca. Oxun cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio, pois tudo tinha que
estar perfeito, à altura de Oxalá.
Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxun não se lembrou de
convidar as Iya-mi para a grande festa.
As feiticeiras não perdoaram essa desfeita. Sentindo-se muito desprestigiadas, resolveram
desmoralizar Oxun perante os convidados.
No dia da chegada de Oxalá à cidade, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, no
assento do trono da Oxun, um preparado mágico, que não fora notado por ninguém.
Toda a cidade estava impecavelmente limpa e ornamentada. O palácio de Oxun, que fora
caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvura
imaculada. Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia.
Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande demonstração de fé e
admiração ao grande mensageiro da paz.
Oxun, sentada em seu trono, esperava com impaciência a entrada de Oxalá em seu palácio,
quando iria oferecer-lhe seu próprio assento. Mas, ao tentar levantar-se, percebeu que estava presa
em sua cadeira e, por mais força que fizesse, não conseguia soltar-se. O esforço que empreendeu foi
tão grande, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suas
roupas e também sua cadeira.
Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou tão contrariado,
que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido.
Oxun, envergonhada com o acontecido, não conseguia entender porque havia ficado presa em
sua própria cadeira, uma vez que ela mesma tinha cuidado de todos os preparativos.
Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho. O jogo, então,
lhe revelou que Oxorongá havia colocado feitiço em seu assento, por não ter sido convidada.
Exú, a pedido de Oxun, foi em busca do grande pai, para relatar-lhe o ocorrido.
Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muito
constrangida. Quando ela o viu, começou a abanar seu abebe, transformando o sangue de suas roupas
em penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de
Oxalá. Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele aceitou aquela
pena vermelha (ekodide), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento.
A partir de então, essa pena foi introduzida nos rituais de feitura do Candomblé.