Aqui mostra-se um outro lado de Nanã, que muitas vezes é esquecido. Todos a conhecem como
a senhora dos lagos, pântanos e da lama, deixando assim, de falar da sua participação na purificação
astral. È considerada uma das Deusas mais antigas, por isso, responsável pela ordenação do Aiyê e do
Orum.
PERSONALIODADE: Dignidade, agem impensadamente, bravas, gentis, quando a situação lhes
favorece, ranzinzas, gostam de criança, exibicionistas, dengosas, educa os filhos com dengo,agem com
segurança e majestade, são sábias, são lentas no cumprimento do seu dever e vivem sempre rodeadas
de pessoas.
FILIAÇÃO: A própria criação.
PAÓ: 7 batidas de palmas lentas, na frente da esquerda para a direita, e as três de reverência,
seguindo-se o adobale.
SAUDAÇÃO: “Saluba Nanã-Buruquê!”.
DIA: Sábado e Domingo
Nanã é a lama primordial, o barro, a argila da qual sao feitos os homens. Dela saem seres perfeitos e
imperfeitos, modelados por Oxalá e cuja cabeça é preparada pelo sensível Ajalá.
Dizem os mitos que antes de criar o homem do barro, Oxalá tentou criá-lo de ar, de fogo, de água,
pedra e madeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvanecia; não adquiria
forma. O de fogo, consumia-se, o de pedra era inflexível e assim por diante. Foi então que Nanã se
ofereceu a Oxalá, para que com ela criasse os homens, impondo, contudo, a condição de que quando
estes morressem fossem devolvidos a ela.
Sendo o barro, Nana está sempre no principio de tudo, relacionada ao aspecto da formação das
questões humanas , de um indivíduo e sua essência.
Ela é relacionada também , freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente,
dos atavismos humanos. Nanã tanto pode trazer riquezas como miséria. Está relacionada, ainda, ao
uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura. Seja como for, Nanã é o
princípio do ser humano físico. E assim é considerada a mais velha das iabás (orixás femininos).
Dizem os mitos que nunca foi bonita. Sempre ranzinza, instável, sua aparência afastava os homens,
que dela tinham medo.
Nanã, teve dois filhos com Oxalá: Obaluaiê e Oxumarê (a terra e o arco-íris) e uma filha, Ewá, que
teria nascido de uma relação entre Nanã e Oxóssi, ou ainda, entre Nanã e Orunmilá, conforme o mito.
Como já vimos nos mitos de Obaluaiê e Oxumarê, ela os gerou defeituosos, por ter quebrado uma
interdição e mantido relações sexuais com Oxalá, marido de Iemanjá. Abandonou a ambos, que foram
criados por outros orixás, e acabou sozinha quando Ewá, para fugir de um casamento que sua mãe lhe
impingia, fugiu de casa para morar no horizonte entre o céu e o mar.
Alguns mitos dizem que ela é também a mãe de Iansã, os ventos, e que foi expulsa de casa para não
matar sua mãe, a lama, ressecando-a.
Nanã sempre esteve em demanda com Ogum, que amava muito sua mãe Iemanjá, tomando partido
desta na disputa que se estabeleceu entre elas pelo amor de Oxalá.
Ogum muitas vezes tentou se apoderar dos territórios lamacentos de Nanã sem, no entanto, conseguir.
Como diversão, Ogum gostava de provocar a orixá, que exigia de Oxalá que este fosse castigado, sem
nunca ter conseguido, pois Ogum tinha fama de justo. Tantas vezes Ogum irritou Nanã que ela não
recebe nenhuma oferenda feita ou cortada com objetos de metal e mesmo o sacrifício de animais feito
em sua homenagem deve ser feito com faca de madeira ou coberta por um pano.
Cor : roxo ou lilás
Número: 15
Comida: mostarda
Símbolo: ibiri (conhecido como " vassoura de Nanã, um instrumento de palha com elementos mágicos
dentro, semelhante ao usado por Obaluaiê, com a qual Nana varre a terra)
Dia da semana: segunda-feira
Saudação: Saluba!
NANÃ (originalmente Néné / Nana / Nanã)
Nanã, chamada também Nanã Burucu, Nanã Buruquê, é de origem Jeje, da região de Dassa Zumê e
Savê, no Daomé, hoje conhecida como República de Benin.
A mais temida de todos os orixás, a mais respeitada, a mais velha, poderosa e séria. Está associada à
maternidade. Teria o poder de dar a vida e forma aos seres humanos, por isso é também considerada
orixá da fecundação e dos primórdios da criação. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada à
terra, para onde somos levados), transcendência.
Entre o mundo dos vivos e dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a
morte. Sua regente: Nanã. Senhora e geradora da morte (Iku).
Seus cânticos são súplicas para que leve Iku para longe, para que a vida seja mantida. É a força da
natureza que o homem mais teme. Ela é senhora da passagem desta vida para outras, comandando o
portal mágico, a passagem das dimensões.
Nanã está presente nos lamaçais, pois nasceu do contato da água com a terra, formando a lama,
dando origem a sua própria vida. Na África, é chamada de Iniê, e seus assentamentos são salpicados
de vermelho. Ela é a chuva, a garoa, a tempestade. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu
elemento; uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã é a mãe de Obaluaiê. Tratou sempre de si e de seu filho de forma nobre, nunca se metendo ou
preocupando com o que as outras pessoas faziam da própria vida. Ogum travou batalha com Nanã pelo
direito de passar por suas terras. Por ser um forte e valente guerreiro, não admitia em pedir licença a
uma "velha" para entrar em seus domínios. Diante dos perigos do pântano e da ira de Nanã, foi
obrigado a bater em retirada tendo que achar outro caminho, longe das terras de Nanã. Esta, por sua
vez, aboliu o uso de metais em suas terras. E até hoje, nada pode ser feito com lâmina de metal para
ela